terça-feira, 22 de abril de 2014

É tipo ir a correr atrás do autocarro que por segundos acabamos de perder, ficamos tão cansados que, ou acabamos por ir a pé, ou arranjamos outra solução.

Clichés à parte, no mundo, somos todos animais. Embora nós, que sabemos escrever, que sabemos ler, que falamos em vez de ladrar, miar ou cacarejar, sejamos humanos.

Vivemos numa sociedade em que errar é exclusivamente humano. Porque quando um cão faz as necessidades onde não deve, a não ser que esteja acompanhado pelo dono, ele não vai ter noção do que fez. E quando acompanhado pelo dono, se as necessidades forem deixadas na calçada, ou no passeio, a culpa será do dono. E voltámos ao mesmo. Errar é exclusivamente humano.

Assim como perdoar. Perdoar é outra coisa exclusivamente humana (apesar de achar que há muitos animais que são capazes de perdoar a estupidez dos donos). E não nos esqueçamos do egoísmo. Essa atitude 'fantásticamente' intitulada pela minha mãe de "olhar apenas e somente para o próprio umbigo".

E entre erros e perdão, é de louvar a capacidade, das pessoas que erram, de pedir perdão, de admitir o erro. Porque com uma atitude dessas, qualquer vestígio de egoísmo é substituído por valentia e coragem, porque de certo, admitir erros e pedir perdão, por vezes pode ser algo bastante mais doloroso do que levantar bem cedo para trabalhar.

Teorias à parte, às vezes deveríamos de olhar para essas atitudes como exemplos a seguir ou pelo menos a ter em conta. E talvez até pensar que só por esse ato de valentia as pessoas já deveriam se olhadas com outro olhar ao invés de serem julgadas como criminosos pelo erro (na maioria das vezes, sem terem noção) que cometeram.

São essas pessoas que, após fazerem asneira, admitirem a asneira, e pedirem perdão, se sujeitam a tudo ou quase tudo para voltarem a serem aceites. E por experiência própria acredito que é difícil, mesmo, bem difícil. Tão difícil que chega até a cansar. Dá-me uma vontade tão grande de desistir, de virar costas e esquecer de vez, que até me faz sentir uma espécie de dor.

Talvez as pessoas devessem realmente pensar que os erros são exclusivamente humanos, e que ninguém é perfeito, nem eu que escrevo isto, nem tu, nem ninguém. E que apesar de cliché, se todos fossemos perfeitos ninguém completava ninguém. Não haviam casais, nem relacionamentos, nem grupos de amigos, nem melhores amigos, porque seriamos todos tão perfeitos que não teríamos necessidade de procurar alguém que fosse capaz de completar as nossas imperfeições.

Outro cliché, os erros são ensinamentos, ajudam-nos a crescer enquanto pessoas e enquanto elemento dentro de uma sociedade. Deviam até ser considerados importantes e valiosos, na medida em que nos ajudam a completar as outras pessoas e a perceber o seu funcionamento e vice-versa! E quando aceites e admitidos pela pessoa que o cometeu, capaz de engolir o orgulho e demonstrar que não é detentora de tanto egoísmo quanto se pensa, talvez sejam um grande motivo para dar o beneficio da dúvida, ao invés de julgar.

Para mim, admitir um erro é sinónimo que podereimos estar a perder algo valioso. Tão valioso que completa as minhas nossas imperfeições. E que somos capazes de lutar por isso. Mas da mesma maneira que somos humanos para errar, somos capazes de nos cansar.
Porque lutar cansa!

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