quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Às vezes queria ter um blog lido por centenas de pessoas, e ver até onde iam os comentários deste texto.

Estou quase há um ano numa empresa da àrea da minha formação.
Há um ano, na entrevista, entre os vários motivos para a minha contratação via estágio profissional, ouvi algo como "queremos sangue novo", "queremos alguém com ideias novas, com vontade de vestir a camisola", "queremos alguém que tenha formação recente e que tenha ideias para oferecer ao que o mercado procura".
Há um ano, na entrevista, disse que, caso ficasse com a vaga, estava disponível para vestir a camisola, no dia seguinte mesmo que a aprovação do estágio demorasse alguns meses, o que aconteceu.

Fiquei com a vaga. Apresentei-me ao trabalho, uma semana depois, por indicação da empresa sem saber quando ia receber o primeiro ordenado.

Vesti a camisola, apresentei ideias novas, subtilmente mostrei que continuar a trabalhar nos mesmos moldes há 25 anos não era uma boa escolha, havia na altura uma consultora na empresa que dizia o mesmo, sugeri vários pequenos projetos 100% viaveis e exequiveis, e adequados à procura do mercado.
Todas estas ideias estão na "minha gaveta", à espera de sairem para serem implementadas ou sairem comigo da empresa.

Há dias em que faço tudo nesta empresa, menos aquilo que é suposto ter que fazer. Há dias em que sou empregada de limpeza, de arrumação, moça de recados. Há dias em que não sou eu. Há dias em que o relógio pára, e as 18h nunca mais chegam. Não por não me apetecer estar aqui, mas por estar aqui sem nada para fazer. Há dias em que estas paredes sufocam. Há dias que me sinto a mais. Há dias que me sinto algo que aqui está nesta secretária.

Sinto-me frustrada por saber que sou capaz de fazer tanto e muito bem feito e ninguém tem interesse em ver o quanto eu sou capaz de fazer. Sinto-me frustrada porque quando procuro outros locais onde poderia mostrar as minhas capacidades, se me pedirem referências ou vierem a esta empresa perguntar "Que tal é a Flávia?" ninguém vai saber responder a essa pergunta, ou se responder não vai fazer da melhor forma. Porque simplesmente não sabem, porque nunca quiseram saber que tal é a Flávia,

E não, não sou perfeita. Não sou a melhor do mundo. Mas tenho uma força de vontade, uma capacidade de empenho e dedicação e um sentido constante de busca pela perfeição naquilo que faço.
Por isso, não sou perfeita, não sou a melhor do mundo, mas fogo sou boa "p'ra carago" naquilo que faço!
Ponham-me à prova! Ponham-me à prova e vão ver!

Estou quase há um ano numa empresa da àrea da minha formação, e hoje, só hoje, em meia hora, enviei 14 e-mails com o meu curriculum que não é o europass, e até agora tive uma resposta negativa.

Será que devia ter enviado um Europass? Ou será que deveria ter escrito este texto no corpo do e-mail?

5 comentários:

  1. Daqui a um par de anos, quando a tua carreira estiver lançada e já com grande influência na área, aí eles vão dizer " a Flávia?? Claro que conhecemos! Uma óptima profissional. Sabe que foi aqui que ela começou!!" (pfffff!!!) e aí, ja vai tarde!!

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    1. Tenho para mim que será daqui a um par de meses. Mas vou guardar esse pensamento para mim! :)

      Obrigada pela visita Joana!

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