Há pouco, com uma sms no meu telemóvel, percebi finalmente a razão: Arrancaram um pedaço de mim.
Desde então fiquei a pensar de quem seria a culpa. Se do Primeiro Ministro, se dos seus antecessores, se do Presidente da Républica, se da Troika... Sinceramente acho que nem estou muito preocupada em saber a quem atribuir a culpa. O certo é que me foi arrancado um pedaço, e fiquei em choque.
A Joana saiu do país em busca de novas oportunidades. E pergunto-me se foi em busca de novas oportunidades porque queria experimentar o que há de novo e diferente no seu destino ou se foi porque realmente aqui já quase nada resta. Gabo a coragem da Joana, e de outros tantos que de mochila às costas fazem o mesmo. Mas mantenho as minhas questões.
Não eramos aquelas amigas de trocar sms e falar no chat todos os dias. De tomar café dia sim dia não (até porque a logística não o permitia). Mas tinhamos o nosso Q.B. de importânica (e acredito que ainda temos). Não eramos aquelas amigas de fazer telefonemas a contar o que nos aconteceu ou a discução que tivemos com o namorado. Mas temos 120km de cumplicidade e o desejo de fazer outros tantos.
E por isso digo que me arrancaram um pedaço. E por isso me questiono sobre o que estou aqui a fazer e porquê?
Serei eu cobarde que tem medo de pegar na mochila e fazer o mesmo? Ou vejo tantas vezes o copo meio cheio que mantenho a esperança neste cantinho à beira mar com vista para o pôr do sol?
A Joana foi-se embora. E sei que nos ultimos anos, todos os dias, há muitas Joanas! Mas só agora, ao sentir-me com menos um pedaço, caí na real e senti o que muitas pessoas como eu sentem ao ver as suas Joanas ir emembora... E nem sou capaz de imaginar o que sentem os país, irmãos e namorados, a ver as Joanas a irem embora.
Mas, para todas as Joanas deste cantinho à beira mar: coragem e força.
E para ti Joana: roda no ar até ao fim!
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