domingo, 8 de março de 2015

Cobardia ou esperança?

Esta noite dei voltas e voltas e conseguir dormir foi quase impossível. Cheguei a pensar que a culpa teria sido da francesinha do jantar, ou de ver centenas de pessoas na fila do Coliseu para assistir ao 2º concerto do António Manuel Mateus Antunes! Mas não.

Há pouco, com uma sms no meu telemóvel, percebi finalmente a razão: Arrancaram um pedaço de mim.

Desde então fiquei a pensar de quem seria a culpa. Se do Primeiro Ministro, se dos seus antecessores, se do Presidente da Républica, se da Troika... Sinceramente acho que nem estou muito preocupada em saber a quem atribuir a culpa. O certo é que me foi arrancado um pedaço, e fiquei em choque.

A Joana saiu do país em busca de novas oportunidades. E pergunto-me se foi em busca de novas oportunidades porque queria experimentar o que há de novo e diferente no seu destino ou se foi porque realmente aqui já quase nada resta. Gabo a coragem da Joana, e de outros tantos que de mochila às costas fazem o mesmo. Mas mantenho as minhas questões.

Não eramos aquelas amigas de trocar sms e falar no chat todos os dias. De tomar café dia sim dia não (até porque a logística não o permitia). Mas tinhamos o nosso Q.B. de importânica (e acredito que ainda temos). Não eramos aquelas amigas de fazer telefonemas a contar o que nos aconteceu ou a discução que tivemos com o namorado. Mas temos 120km de cumplicidade e o desejo de fazer outros tantos.

E por isso digo que me arrancaram um pedaço. E por isso me questiono sobre o que estou aqui a fazer e porquê?

Serei eu cobarde que tem medo de pegar na mochila e fazer o mesmo? Ou vejo tantas vezes o copo meio cheio que mantenho a esperança neste cantinho à beira mar com vista para o pôr do sol?

A Joana foi-se embora. E sei que nos ultimos anos, todos os dias, há muitas Joanas! Mas só agora, ao sentir-me com menos um pedaço, caí na real e senti o que muitas pessoas como eu sentem ao ver as suas Joanas ir emembora... E nem sou capaz de imaginar o que sentem os país, irmãos e namorados, a ver as Joanas a irem embora.

Mas, para todas as Joanas deste cantinho à beira mar: coragem e força.

E para ti Joana: roda no ar até ao fim!






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